Caneladas na bola

Acabo de ver na televisão um jogo do futebol inglês. (A SportTv é muita cara, mas estar confinado às imagens que passam na TVI é meio caminho andado para perder o interesse pelo futebol!). O Tottenham, a realizar um péssimo início de campeonato, recebe o Aston Villa e, depois de se adiantar no marcador, comete uma série de erros infantis que permitem que o adversário se encontre a ganhar por 1-4 no princípio da segunda parte. Mas com uma recuperação fantástica e emocionante, os londrinos conseguem empatar em cima do apito final, deixando o estádio ao rubro! Resultado final: 4-4!

Este último e dramático golo é precedido de um fora-de-jogo não assinalado (como o tinha sido o segundo golo do Aston Villa), o que provocou uma grande confusão, com os jogadores do Aston Villa a rodearem o árbitro e o fiscal-de-linha, empurrões, insultos, cartões amarelos e vermelhos!

Esqueçam, pura ficção! Estamos em Inglaterra!! O golo foi de facto irregular, os jogadores do Aston Villa levantaram o braço, olharam para o fiscal-de-linha, quando viram que o golo tinha sido validado baixaram os braços e encaminharam-se para o meio do campo para recomeçar o jogo. Amanhã a imprensa falará no jogo, mencionará com certeza os dois golos mal validados, mas com certeza que o destaque será o futebol que se jogou e as emoções que se viveram.

Em Portugal, o fim-de-semana foi de clássicos. Na Luz empate sem golos entre o Benfica a meio da pré época, ainda a testar jogadores em diferentes posições, modelos de jogo e rotinas e um Sporting com um plantel curto, demasiado sensível às lesões de Derlei, Ismailov e Pedro Silva. Jogo fraco, com algumas fases bem jogadas mas demasiado morno no geral e, claro, com muita polémica! Como não dá jeito falar na fragilidade da equipa do Benfica nem da fase pouco produtiva do Sporting, nem tão pouco dos sete e oito pontos que os separam do Porto à sexta jornada, vão-se entretendo a discutir possíveis e hipotéticos penáltis.

Que tivesse acontecido algo parecido com o que ocorreu na Amadora na quarta-feira, eu até compreendia, mas na minha modesta opinião, o que aconteceu tanto numa área como noutra foram lances duvidosos, que o árbitro, bem ou mal, teve que julgar em segundos. Fazer disso um campo de batalha é querer tapar o sol com a peneira.

Como o tentaram fazer Jaime Pacheco no Dragão, e Jorge Costa em Guimarães. Em vez de assumirem que as suas equipas estão muito abaixo do que delas se espera, que têm jogadores e condições para fazer muito melhor, que perderam justamente os seus jogos, preferiram mais uma vez apontar aos árbitros, e refugiarem-se em jogadas de futebol, que a aconteceram ao contrário seriam perfeitamente normais!

E porquê todo este nervosismo nos treinadores? Porque há sexta jornada do campeonato, já foram substituídos três (?!) treinadores! Mas continuem a discutir árbitros, e penáltis, e foras-de-jogo, que eu felizmente já tenho SportTv!